HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DE PAIS, AMIGOS E EDUCADORES DE AUTISTAS

​

De uma simples ação nasceu um movimento extraordinário. Há 35 anos uma mãe, a Sra. Luana Maria Almeida Tavares, participou de uma matéria no jornal local, onde relatava os comportamentos de seu filho autista e que estava à procura de outros pais e responsáveis que também observavam as características, para que juntos pudessem formar uma rede de apoio.

​

Em 22 de dezembro de 1986, dez mães se juntaram e deram o primeiro passo para a criação da Associação de Pais, Amigos e Educadores de Autistas, iniciando com 10 atendidos. O objetivo era construir um caminho que beneficiasse todas as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que afeta o neurodenvolvimento de diferentes formas e em diferentes graus, com possibilidade de apresentar déficit na comunicação verbal ou não verbal, na interação social e no comportamento.

A aquisição da sede própria aconteceu no dia 25 de setembro de 2000, por meio do Sr. Hendricus, um holandês que se sensibilizou ao ver o grupo de mães fazendo um pedágio na região do Gonzaga, para pagar o aluguel do espaço de atendimentos. Ele comprou para a associação o imóvel localizado na rua Almeida de Moraes, nº 17, na Vila Mathias.

Em 10 de janeiro de 2007, a Associação recebeu a autorização para o funcionamento da Escola de Educação Especial, na qual recebeu o nome de “Hendricus Petrus Stephanus Van Gent”. Ao longo dos anos, obteve certificados nas áreas de Assistência Social, Educação e Saúde, como também registros em conselhos municipais e atestados de funcionamento expedidos por autoridades locais.

​

Em 01 de Julho de 2014, a Cidade de Santos, por meio do saudoso vereador José Lascane, homenageou a Associação pelos relevantes serviços prestados à comunidade.

Em outubro de 2018, o imóvel apresentava alguns problemas estruturais, evidenciando a necessidade de uma manutenção geral. Nesse mesmo ano, um casal de apoiadores se prontificou a arcar com os gastos para concluir a tão sonhada reforma.

Nunca foi fácil, mas para aqueles que iniciaram esse sonho, a missão de construir um caminho que tornasse possível o atendimento dessas pessoas e possibilitasse a inclusão efetiva tornou-se realidade.

 

Atualmente, a Associação de Pais, Amigos e Educadores de Autistas é presidida pela Sra. Carmen Biancardi Mejias, com direção pedagógica da Sra. Joana Amália de Carvalho Pinho, e formada também por 26 colaboradores, entre funcionários e prestadores de serviços. Atende 60 alunos com idade entre 6 e 45 anos e turmas formadas por, no máximo, quatro alunos em classe, considerando o desempenho e idade cronológica. Os alunos permanecem meio período na unidade e os atendimentos são realizados por pedagogos especializados e auxiliares de classe, onde se desenvolvem atividades como a estimulação sensorial, de vida prática, relaxamento, esquema corporal, estimulação das operações de pensamento, linguagem oral, dentre outras práticas terapêuticas.

As famílias dos atendidos também são acompanhadas pela assistente social, através de atendimentos individuais e em grupos de pais, buscando identificar as dificuldades para juntos encontrar caminhos a fim de superá-los. As famílias contam ainda com serviço de transporte gratuito para os atendidos.

​

 A entidade possui parceria de subvenção com a Prefeitura de Santos. Entretanto, a luta é árdua para arcar com todas as despesas. Para isso, conta com a doação voluntária de amigos e parceiros, de modo a garantir a continuidade dos atendimentos com a qualidade de sempre.

Manter o trabalho em prol da comunidade requer amor, acolhimento e respeito ao ser humano acima de tudo. Um trabalho diferenciado, que exige dedicação no planejamento e em todas as fases de realização de um projeto pautado no atendimento às especificidades da pessoa autista, considerando não somente as questões comportamentais, como também a estrutura predial, a formação da equipe multidisciplinar de atendimento, o trabalho pedagógico, a ambientação do espaço e a oferta de possibilidades que permitam o desenvolvimento dos discentes, respeitando a capacidade de evolução de cada aluno atendido na unidade.